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quinta-feira, 24 de junho de 2010

"Só em linguagem amorosa agrada"


"Fere de leve a frase... E esquece...
Nada convém que se repita...
Só em linguagem amorosa agrada
A mesma coisa cem mil vezes dita."


Mario Quintana

15 comentários:

Helcio Maia disse...

Quintana (e numa quinta-feira). Poeta da delicadeza, do mínimo, que se agiganta.
Sempre em linguagem amorosa, a única que eu entendo.

Sayô disse...

"Só em linguagem amorosa agrada
A mesma coisa cem mil vezes dita."

Ow delicia!

Ana SSK disse...

Adorei.

Thais Alves disse...

quando o que falamos é amor nunca nos casamos de ouvir e nem tão pouco de falar .

Unknown disse...

eita linguagem dificil de ser entendida as vezes...

Eu Meus Reflexos e Afins disse...

Eii!
Adoro vir aqui.
Passa la no meu canto.
Quintana é sempre perfeito!
"Fere de leve a frase... E esquece... Nada convém que se repita...Só em linguagem amorosa agrada.
A mesma coisa cem mil vezes dita."

Mario Quintana
Bjins entre sonhos e delírios

Sandra Gonçalves disse...

Uma linguagem que é universal...
Bjos achocolatados

Carolina Augusta disse...

pq ultimamente eu to só ouvindo isso e falando assim?
essa linguagem viu....votecontá! rs.

bjo bjo bjo

Mulher de Fases disse...

'mais de cem mil vezes ditas, para ficar mais correto'...
Linguagem amorosa nunca é demais!
Bjs

m. disse...

tou a adorar o teu blog !

Unknown disse...

amor é amor,sempre.

Isabela Martinez Milanezzi disse...

Estou a quase 9 meses falando assim. E é tão bom quando há alguém pra acompanhar, né?

Adorei o texto, e o blog também. Passa lá no meu também.

;* disse...

Parabéns , seus posts são todos perfeitos, passo por aqui sempre. Estou te seguindo. :*

Cristina Maria disse...

Te se seguindo e gostando muito viu!

Abraços

Joaquim Maria Castanho disse...

Sujeição Ante o Resultado Acontecido...

Ao luar, entre as diatribes da luz
Das coisas, das sombras esmaecidas
Recordo agora, havia biliões de rosas
Vermelhas, quase todas se tida jus
Houvesse no dizer, caídas, esquecidas
Entre as estantes, sobre as mesas
Acocoradas aos cantos, acetinadas
Folhas entre as demais páginas
Espelhando os sentidos nos sentires
Embora eu, ao ver-te assim repartida
Clonada pela refracção das lágrimas
Te fizesse em absoluto reflectida,
Cuidasse serem cada qual tu apenas
Noutra forma desigual às pequenas
Surgidas dos canteiros e jardins
Dos beirais, esquinas, nuvens, sebes
Alucinação de louco entre querubins
Não destrinçando minha sede das sedes
Que todas as flores, lírios, jasmins
Orquídeas, hortênsias, cravos, alecrins
Estevas, afinal, que todas por igual têm
Achando a minha maior, mais imperiosa
Como nenhuma outra, e que mais ninguém
Tivera já, ao ver em tudo e todos só rosas
Rosas, e rosas, e rosas de pétalas acesas
Simplesmente porque tu as foste ou és
Entre as estantes, os arcos, as devesas
Sentada, caminhando, sobre cadeiras
Nas muralhas, claustros e seteiras
Arrumando o carro na berma da estrada
Descendo a rua ou subindo a escada
Entrando na sala de aula na tua escola
Vindo do café, lendo revistas ou tão-só
Navegando na Net e ouvindo meu dó
Pedido não trinado por qualquer viola
Mas antes no desmedido obstinado
De um coitado ansiando pela esmola
Da tua atenção, do teu tempo e olhar
Insistindo, porém insistido no rimado
Exagero requerido de poemas a dançar
Numa roda de dizeres repetidos sem fim
Na crença tida que ao ver-te em todo lado
Tu venhas um dia, enfim, a reparar em mim.

Todavia acordado, até no quotidiano viver
Durante as tarefas como nas conversas tidas
Ao fazer as compras nos hipermercados
Quando pelo autocarro espero, subo, desço
Escrevo recados, de manhã ou ao entardecer
Avalio as escritas passadas já imprimidas
Descoso as entretelas de filmes visados
Arrumo a casa, lavo a louça, e no avesso
De mim me viro para corar o íntimo ser,
Então, continuo a ver rosas onde rosas via
Flores atrás de flores a cada hora, cada dia
Segundo a segundo a cada e todo o instante
Feitas de jade, porcelana, diamante
Esmeraldas, quartzos, pérolas, rubis
Quer nas velas sobre o oceano navegante
Quer nas serras e descampados primaveris.

Estendidas sobre toalhas das praias e areais
Na relva das piscinas campestres e barragens
Nos rios, tombadilhos de barcos, nas carruagens
Do Metro, discotecas, esplanadas, jornais
E revistas, em fotos e quadros e textos originais
De poetas inéditos como dos clássicos antigos
Que mais não escreveram do que palimpsestos
Dos meus, envelhecendo-lhe eras e contextos
Dando-lhe atmosferas idas e velhos artigos
Ou arcaicas cantigas de amigos e madrigais.

Pois bem: a essas flores, oriundas das cascatas
Das ondas, numa vaga de espuma e incenso
Tão vivazes, ríspidas, vagabundas e insensatas
Amei-as todas, por causa de uma, em que penso!