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quarta-feira, 24 de junho de 2009

"É dificil aprisionar os que têm asas" C. F. A.


"Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

(...)

Fui educado pela Imaginação,
Viajei pela mão dela sempre,
Amei, odiei, falei, pensei sempre por isso,
E todos os dias têm essa janela por diante,
E todas as horas parecem minhas dessa maneira.

(...)

Meu ser elástico, mola, agulha, trepidação..."


Álvaro de Campos

3 comentários:

Ana Lívia disse...

Meu ser... agulha! Pelo menos nesse momento!

um beijo! :*

Alfredo Rangel disse...

Fê, parabéns, muito bem escolhido este poema. Vc tem muito bom gostos. Beijo.

Agnes Aguiar disse...

Belo poema, Fernanda! :)Tempinho que não passeio por aqui. Este lugar me faz tãããão bem.

Luz, menina iluminada!